domingo, 23 de março de 2014

Marias

Se eu te disser sobre a Maria, você provavelmente irá me dizer "Mas... Estamos falando da mesma Maria?"

Há tantas Marias!

As Marias vizinhas. Fofoqueiras, cozinheiras, confeiteiras, maloqueiras, caseiras e paqueradoras. Tão normais e felizes! São o Sol de uma rua nublada.

Não se esqueça das Marias mães, irmãs, tias, primas, avós, amigas e filhas. Desde a avó Maria, que você jura fazer a melhor comida do mundo, até a Mariazinha, filha de um João Ninguém.

Falando em Joões... Acho que podemos deixar eles um pouco de lado por aqui, certo?

Voltemos para as Marias. Há aquelas que são até compostas. Maria-gasolina, Maria-chuteira, Maria-sapatão e Maria-mijona. Tão infelizes quanto, tão dos outros quanto.

Tão dos outros... Sofrem, gritam, lutam, choram e se machucam. E coitadas, acham que a culpa é delas mesmas. Então sorriem, aceitam, se calam e abraçam o homem, o mundo.

Tem também as Marias que são Sarah, Gracie, ou até Aoi! E nós que pensávamos que azul era cor de menino!

Tem Marias que são umas Graças! E tem Marias que são doces, de tão moles.

Mas você hem Maria, já foi até Santa, e agora limpa o chão do homem que te maltrata. Aquele homem que te ama, aquele, sabe? Que te sustenta, aquele que disse como você é boba e patética. Aquele que te bate. Lembra? Aquele homem, aquele mundo que te esmaga e reprime.

Maria... Nem sei o que dizer. Você que é todas e uma só. Por que sofre tanto? Será que é o frio? Ou é o medo que te cala?

Grita, Maria! Grita, solta a voz! Sua voz que é de todas nós. Somos todas Marias. Grita o M de Maria, grita o M de Mulher. Grita e traz o Sol de volta pro nosso mundo nublado e chuvoso.

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