segunda-feira, 31 de março de 2014

No mundo do seu colo

Eu choro pelo choro
derramado sem por quê.
Eu choro pela amada
que desconhecia quê
a fazia assim chorar.

Eu choro pelo sangue
pulsado no partido
dos sofredores assim
tão apertados, sufocados.

Choro pela mulher
culpada por chorar
violentada no silêncio
obrigada a se calar.

Choro pelo chorar
da ave embalada
dum emplasto endiabrado
sem gozar do seu cantar.

Não de tristeza escorre,
de vergonha rola
na lombada vermelha
e na terra semeia
na primavera um brotar
da revolta de lutar
sem nunca descansar.
Uma causa perdida,
uma esperança cedida
pelas tranças no chão
da menina sofrida
do doente cidadão.

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