quarta-feira, 10 de julho de 2013

Elevador

Havia uma orquestra inteira dentro do meu coração. Dentro do meu corpo! Cheguei a achar que estava grávida de quadrigêmeos, mas eram apenas as dores que você sempre me fez sentir.
Ah, mas minha alma sentia-se tão serena e preguiçosa, assim como um amanhecer em Dubai. Vieram os tambores, as trombetas, o piano... Ah o piano, tão delicado, simples e grandioso. Toda minha ansiedade veio a tona.
A melodia não era triste, porém fazia todos chorarem, assim como quando assistimos um filme muito bonito. Ou quando nos sentimos satisfeitos por um trabalho árduo realizado.
Neste momento, no exato momento em que minha falta de visão fez minhas bochechas se sentirem molhadas, eu percebi o enorme tamanho da minha vida, e o quão valiosos são meus sentimentos. Meu sofrimento devia mesmo manter suas raízes em algo tão insignificante? No seu solo tão pobre...
Desisti! De tudo e de todos. Meu cérebro se desintegrou, só falo em espanhol, por favor me poupe de todo o seu falso amor.

Queimem o amor!

Fui falar com a senhora do amor e ela era uma bruxa.
Me mostrou coisas tão feias e tristes. Desisti de amar. Desisti de me aventurar.
Voltei pra casa e mergulhei numa banheira de arrependimento. Eram tristes e feios... Mas eu realmente queria vivenciar aquilo.
Fui falar com a bruxa do amor, bruxa das lágrimas, que seja, e ela estava lá me esperando! Sabia que eu iria voltar...
Vivenciei o amor... Que lindo! Que colorido, que perturbador, que melancólico, que prazeroso, que horrível, que triste!
Oh! Como eu saio disso? É tão grande o amor, tão complicado e cheio de armadilhas! Não, não quero sair, quero permanecer pra sempre aqui, porque eu estou amando! Amando amar o amor.