sábado, 9 de novembro de 2013

Era fusca?

Ela foi de encontro aos lábios dele e saiu correndo, nessa de sair correndo um carro lhe acertou em cheio, e seu corpo dividiu-se em dois, como se fosse um palito de sorvete. Ele não sabia se aquilo que estava vendo era sonho, pesadelo ou devaneio...

Ora se não estava a pensar em atirar-se frente a um carro minutos atrás, o namoro era péssimo e tinha vontade de se matar, um inferno em vida. Morrer, qual a maior curiosidade se não a que vem após a vida? Não teria oque perder, já estava morto em vida. Mas ver a garota mais terrível do mundo ser atropelada partiu-lhe o coração.

E não é que a amava mesmo. Foi com a tristeza que achou a resposta pra seu sentimento mais evidente.

Tadinha, morrer daquele jeito, com lágrimas nos olhos e raiva na alma, pro inferno é que não foi, precisava se purificar a coitada.

E o garoto tolo e sentimental... Morreu de tristeza, morreu de angústia e fez-a morrer em esquecimento alguns meses depois.

É assim sistemático e simples, nenhuma desculpa seria tão mais banal, e nenhum arrependimento curaria os calos do coração.

É sangue derramado só pra limpar um pouco a futilidade.

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