quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Oh, homens

Um dia eu estava andando, andando mesmo, com minhas pernas e pés e corpo inteiro. Do meu lado, um senhor, sorridente e despreocupado andava junto. Eu estava indo pra casa, e ele procurando a sua. Não trocamos olhares, nem compartilhamos partezinhas da alma, mas estava estampado em seu nariz o quão grande era a sua felicidade.

"Como seria sua casa?" me indaguei furiosamente minutos depois... Simples, claro! Pois era homem, e não precisava de algo grande, bonito ou... rico. Era homem, e homens são movidos à cobre, não ouro ou coisa mais sofisticada, mas pelo simples e abundante cobre. Não precisava de muito pra agradá-lo, mas quando agradado, ficava assim, pleno como numa casa invisível.

Homens, homens, claro que são bichinhos bem interessantes, um deles aliás, acabou de passar em frente à minha casa, com olhinhos de rato, curiosos e desconfiados. Outros que vejo na rua tem bigodes tão bonitos quanto eu poderia almejar, seria um absurdo desejar um bigode tão bem amado.

Outros eu vejo e penso "caramba, como eles conseguem se diferenciar?" deve ser uma dificuldade imensa! Assim como é dificílimo saber qual Slitheen é qual. 

E alguns, os que eu mais gosto, tão bonitinhos, com a alma enroladinha na dificuldade de enxergar o futuro. Não enxergam mesmo, aliás, não conseguem ver além de seu braço esticado. E são lindos, graciosos e perfeitos, de olhar e de tocar, de andar junto e ver as ruas envelhecerem, de acordar e perceber que não vão sair da cama até dormirem de novo, de chorar e saber que logo mais vão estar rindo, de amar e saber que não é perda de tempo.

Claro, tem muito mais coisa escondida nas barbas que roçam o tempo, e que assim como a simplicidade de tudo que os rodeia, vai chegar até nós como um sopro na orelha.

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