terça-feira, 14 de maio de 2013

Até que a realidade apareça

Você já chegou naquela fase da vida em que se pergunta "Mas que porra eu estou fazendo?"

Um dia eu acordei, a sala estava absurdamente clara. Havia adormecido enquanto assistia tv, assim como uma velha, ao meu lado estavam pilhas de papéis a serem lidos, re-lidos, interpretados, e passados à outros papéis, no espelho vi meus olhos contornados por um grande borrão de maquiagem, e eram apenas duas horas da tarde... Numa quarta-feira.

Mas que porra eu estou fazendo da minha vida?

Estava estudando, claro, mas caia entre nós, me tornar uma advogada e mudar o mundo estava longe da minha realidade. Fazia isso apenas para ter um diploma a que me gabar, mas nem um diploma conseguiria ter... Minhas notas estavam péssimas! Provavelmente desistiria da faculdade e iria trabalhar numa lanchonete. Mas como observadora da minha vida atual, posso dizer que não o fiz.

OK, continuaria a faculdade, na melhor das hipóteses me tornaria uma advogada famosa, seria venerada pelo mundo inteiro, fariam seriados sobre minha vida e muitas pessoas chorariam no meu velório. Velório!
Qual a maior certeza da humanidade se não a morte? Nascemos, logo morremos. 

Eu sei, estou sendo muito negativa e pessimista. Mas entendam por favor, quando tinha 5 anos, queria me tornar uma detetive super legal e peculiar como o... Monk. Hoje, meu objetivo é não me tornar uma mendiga. Ta, sem exageros agora, não me tornaria uma, mas ver minhas perspectivas de vida diminuindo tanto assim, me fazem perder a vontade de continuar.

Precisava de uma moral para esse texto, mas qual, se não a que vocês mesmos chegarão, se é que chegarão.

Bom, é normal acho, esse tipo de coisa acontecer. Isso porque crescemos, e percebemos o mundo como ele realmente é, feio, decepcionante e perturbador. E acabamos fazendo parte disso, empurrando a engrenagem para que nos decepcionemos mais e mais.

Não é uma questão de fechar os olhos e ignorar a realidade, mas sim, de não trair a si mesmo, para seguir as normas sociais. Afinal, o que poderíamos ser se não sinceros com nós mesmos? A sinceridade, é a forma mais eficaz, de não decepcionarmos a criança que um dia enxergou um futuro bonito, assim como ele realmente deveria ser.


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