sábado, 17 de novembro de 2012

Nuvens e rabiscos de luz

Não! Não está nada certo, nada! E isso é tão bonito.

É difícil, realmente, muito difícil pensar em apertar o caps lock sempre que vou colocar um "é" no começo de algum parágrafo. São coisas cansativas, massantes, tão insignificantes, mas tão intrigantes, que me deixam assim, exausta. Exausta, tão exausta que vou voltar à fazê-lo, pois parece-me tão bonito, e é realmente.

É bonito demais para parecê-lo. Não parece mesmo não é? Afinal, o que tem de bonito nessas coisinhas pequenininhas do dia-a-dia? Talvez, se te faltasse os braços, ou os dedos, ou o cérebro, isso faria mais sentido. Talvez, até, tu já tenha os perdido...  Talvez, nem lendo isto está, por lhe faltarem os olhos. Ou a alma.

Só acho que devíamos parar de rir calçando saltos. A vida é tão bonita que não deviam ter lhe furado os olhos, pobrezinha. 

Pobrezinha, pobrezinha nada, pobrezinhos de vocês, que não a enxergam. Tenho vontade de rir de todos, calçando minhas pantufas. Ela está lá, bonita como nunca, mas ninguém consegue parar de olhar só para o próprio umbigo... E que umbigo...

O mundo inteiro num umbigo imaginem só. Que utopia seria então o desejo deles? Não ter nunca se separado do cordão umbilical?

O fato é que nada está certo aqui, tão errado que está, que fica até bonito de se ver. Toda essa bagunça, todas essas mentes tortas, toda essa melancolia, todo esse sangue derramado, todos esses cabelos arrancados, todos esses óculos quebrados... Está tudo propositalmente bagunçado, pra que a arte seja feita. Para que a vida seja arte.

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