quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Dança...só

Querido, não se desgaste bolando suspeitas sobre meus pensamentos, acredite ou convença-se a acreditar, que não conseguirá entendê-los.

Nunca fui de me sentir plenamente bem, ou feliz como algumas pessoas aparentam. Pra mim, a felicidade é algo raro que não dura para sempre, e você, me faz sentir exatamente assim, feliz, e triste ao mesmo tempo. Você é como a vida, nem um pouco diferente dos meus pensamentos, e nem um pouco igual aos outros animais deste planeta.

Quando eu te disse que era uma alienígena, achei que as coisas iriam mudar, mas não mudaram. Continuei feliz e triste como sempre estive ao seu lado. Mas Leandro por favor, não se culpe por me fazer sentir assim, hoje como não te disse antes, vi duas ou três - três dizendo exageradamente - baratas mortas servindo de alimento para as formigas, vi uma ou duas pessoas dentro de uma ambulância, e o botão do meu suéter se desprendeu e caiu em cima da barata, ou em cima das formigas, como quiser compreender... Compreenda apenas, que não é culpa sua - apenas - a minha instabilidade emocional.

Você disse que gostava de pessoas estranhas, logo achei que pudesse gostar de mim. Ou eu estava enganada demais para achar que sou realmente estranha, ou você estava despreparado demais para tanta estranheza. Em ambos os casos, gosto de pensar que pensar faz mal ao estômago, paro, e vou comer alguma coisa, ou vou ao terraço ver o céu azul, tão azul quanto o cabelo de Cláudio, embora ele agora esteja nublado e tomado pela poluição... O cabelo.

Estou esperando minha família me buscar, você sabe de onde... E só oque posso deixar-te é um beijo em seu dedo mindinho direito, tão sincero quanto o amor que sinto por você, e a tristeza que tu me transpõe. Tristeza bela, e de tormenta, viciante e repulsiva, tristeza amante, que se confunde, e se perde em cada canto meu, tão seu quanto meus fios de cabelo.



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