sexta-feira, 28 de setembro de 2012

No aquário errado

Tudo oque eu queria era ser adorada, apenas, ser adorada pelo que sou. É muito a se pedir? Oh Deus, por favor não me castigue pelo aparente egoísmo. Eu sou apenas uma garota que não quer crescer e enfrentar todas essas pessoas frias. Estou fazendo o máximo, e o senhor sabe disso.

Meus pais, eles foram levados a muito tempo atrás, eu era apenas um criança de 5 anos, mas lembro de tudo, como se fosse ontem. As luzes, aqueles seres gigantescos e brancos, totalmente carecas usando um sobretudo preto, eles os levaram para seu planeta, muito, muito longe daqui. Desde então, não sou adorada por mais ninguém, meus pais eram os únicos que podiam me proporcionar este sentimento que tanto me falta agora.

Ultimamente tenho ouvido algumas vozes nos meus sonhos, como se fossem avisos, algo como "sua bolsa... diga adeus", não é nada demais, eu sei, tão pouco faz sentido, mas eu acordo tão angustiada e solitária que começo a chorar, e me questionar se Deus realmente está comigo, mesmo sabendo que ele está em todos nós ao mesmo tempo por inteiro, e que nos adora. Mas está sendo tão difícil...

Está tão frio, tão seco. As pessoas são mesmo miseráveis, só pensam nelas mesmas! Não medem mais palavras, não sentem mais empatia, não... Não vivem mais, elas só... Argh, que vontade de matá-las! Perdoe-me.

Talvez eu seja mesmo egoísta, eu só não consigo aceitar esse modo de "viver", tão sério, tão... Cinza.

Oh me mate se for preciso, só não quero mais ter de viver num lugar onde essas criaturas rastejam.

Mas o que é aquilo? Um avião? Não, são eles, os mesmos seres que apareceram 15 anos atrás, eles vieram me buscar. A energia que me levanta é tão... Oh estou tão feliz, finalmente, poderei me sentir adorada novamente, pelos extraterrestres, não... Por meus pais.

Estou nas estrelas! Mas minha bolsa ficou, ali naquele asfalto quente, e anos se passaram, e ninguém percebeu.

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